AS AGULHAS E ALFINETES
DA VIDA!

Mas o alfinete ao escutar tal
discurso pode contestar sobre tal importância e contrapor as argumentações da agulha
ao afirmar que tendo cabeça pode dar maior firmeza a união das partes e também
produzir um só pedaço, unido e único com mais força do que os pedaços unidos
pela agulha.
As virtudes de ambos, agulha e
alfinete, são soberbas e próprias daqueles que olhando somente para si não
consideram a soma do outro na composição das suas necessidades e na de todos e
se atribuem importâncias únicas, exclusivas, mas que na verdade são frágeis e
inconsistentes na medida que sua capacidade de análise se refere a efêmeras
circunstâncias de um só momento.
Veja a própria agulha, totalmente
dependente da linha para unir as partes. O alfinete que de um só não basta para
unir as partes, são necessários muitos. É fato de que a individualidade não
gera consistência, perenidade, tempo longevo e permanente.
É verdade que ambos, agulha e
alfinete, na verdade são perigosos, se usados inadequadamente furam dedos, mãos
e a pele de seus mestres, há de se ter cuidado com a felina forma que possuem
pois se usados inadvertidamente vão ferir seus usuários.
Assim pensemos, como podemos ser
agentes de transformação de nossos destinos, como podemos ser melhores sem
sermos arrogantes, sem assumirmos nossas vertentes de autossuficiência
individual, sem considerar a nossa interdependência dos outros e até mesmo das nossas
capacidades de mudança supérfluas e sem perceber a ajuda necessária do contexto
geral de nossas relações?
Nosso destino na verdade é a soma
das ações do hoje, alicerçadas no conhecimento adquirido no ontem. Não há forma
de que o destino seja apenas um acidente, ele sempre será a soma / a bagagem de
vida adquirida e direcionada para o preparo do amanhã.
Não há destino certo, há rumos
possíveis diante de atitudes tomadas no hoje, alicerçadas pela bagagem
adquirida e direcionadas pelos sonhos construídos na imaginação.
Um alfinete e uma agulha fazem aos
poucos todos os dias as partes do todo, enquanto nós fazemos cada dia o muito de
tudo e a todo momento, não há ninguém que conscientemente faça menos do que
pode, mas pelo contrário, faz o máximo mas ainda sim é a parte menor do que é
possível, há sempre uma divida que se amplia na medida de do tempo vivido e na
medida da nossa falta de atitude.
Preparar o destino é como arar
uma terra, planta-se uma semente e a cada dia devemos dar condições de
germinação – tirando ervas daninhas, regando e colocando adubo, mesmo assim
ainda haverá outros fatores, alheios a nossa vontade que poderão dificultar a
germinação (geadas, chuvas em excesso, etc.). Assim é necessário encontrar bons
terrenos, bom histórico de clima, escolher uma boa semente e fazer todas etapas
necessárias para que a germinação ocorra e possamos fazer a colheita, ela será
reflexo de tudo que foi feito anteriormente, assim é a vida.
Lembremos ainda que se plantarmos
sempre a mesma coisa, além de colher sempre o mesmo fruto, ao longo do tempo
cansaremos a terra e a produção cada vez será menor, podendo inclusive ser
nula. Se você quer novos resultados plante novas sementes, procure novas
terras, arrisque novas culturas, afinal o destino é seu e não meu, sabemos que
seu destino pode ser influenciador do meu, mas ainda assim não será o mesmo.
Ser agulha e alfinete restringe
nossos resultados, mas ainda assim podemos com eles fazer a diferença, desde
que somemos suas capacidades e utilidades.
O destino não é uma cueca, que se
usa – lava e reutiliza. O destino é único, construído dia a dia e que não pode
ser revivido, só reaprendido e redirecionado.
Plante boas sementes e terá
ótimas colheitas.
Vitor Marques – Plantando ideias,
colhendo sonhos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário