A convergência das tecnologias
físicas, digitais e biológicas, assim será e vem tomando forma a quarta
revolução industrial. A humanidade passou por outros momentos de avanço em que
o que era feito passou a ser feito de outra forma, com outros meios e em muitos
casos a mudança ocorrida transformou sobremaneira costumes, politicas,
conceitos e a maneira de se viver.
Segundo Klaus Schwab,
autor do livro A Quarta Revolução Industrial, publicado neste ano -
"Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará
fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua
escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer
coisa que o ser humano tenha experimentado antes".
A Engenharia genética
terá papel fundamental nessa revolução pois seus “novos poderes”. Essa
revolução afetará o mercado do trabalho, o futuro do trabalho e a desigualdade
de renda, suas consequências impactarão a segurança geopolítica e o que é
considerado ético nesse contexto.
Diferente das
revoluções anteriores dessa vez não se trata de uma mudança de desenvolvimento
tecnológico e sim uma mudança de paradigma.
"A quarta
revolução industrial não é definida por um conjunto de tecnologias emergentes
em si mesmas, mas a transição em direção a novos sistemas que foram construídos
sobre a infraestrutura da revolução digital (anterior)", diz Schwab,
diretor executivo do Fórum Econômico Mundial e um dos principais entusiastas da
"revolução".
"Há três razões
pelas quais as transformações atuais não representam uma extensão da terceira
revolução industrial, mas a chegada de uma diferente: a velocidade, o alcance e
o impacto nos sistemas. A velocidade dos avanços atuais não tem precedentes na
história e está interferindo quase todas as indústrias de todos os
países", diz o Fórum.
Bem, diante desse
quadro geral quero avançar na questão dos profissionais dessa nova revolução,
suas ansiedades e caminhos que chegarão à nossa frente com esse horizonte que
se descortina.
Hoje não há uma
família no mundo que não se pergunte: “O que vai acontecer ao emprego de meu
filho, neto, com a entra da de tantos robôs no setor produtivo? Uma das
respostas pode ser encontrada na
literatura das transformações, onde se encontra que nenhuma revolução destrói o
que se cria, o que ocorre é a transformação da criação, muitas vezes e ao longo
do tempo modificando drasticamente como esta foi criada, sendo assim penso que
a grande maioria dos empregos e do trabalho passará por profundas
transformações em razão das mudanças que ocorrerão, por exemplo, quem é médico
hoje vai continuar médico daqui a 10 anos, 8 anos, mas o que ele faz e como faz
será transformado.
Uma grande mudança
estará nas profissões “do meio”, por exemplo a profissão de jornalista, muitas
reportagens do futuro serão escritas sem a participação do jornalista, isso já
é realidade. Há advogados que farão suas petições formatadas somente nas
informações, haverão médicos que confiarão mais no diagnóstico robotizado e no
big data do que na sua própria avaliação sintomática.
No Brasil, segundo
pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) menos de 40% das empresas
nacionais estão na quarta revolução industrial, mas há setores como o
financeiro e no setor de serviços onde a velocidade de adequação é muito
grande. No mundo lojas físicas fecham suas portas pois o E-commerce substituiu
a necessidade disso.
Essa transformação
traz um risco grande de que a desigualdade seja aumentada por essa revolução
tecnológica e por consequência o emprego, mas é uma mudança sem volta, daí a
necessidade de transformação, adaptação. A remuneração do capital nunca foi tão
grande hoje quanto a remuneração do trabalho, o que leva a discriminação do
trabalho em troca do capital.
Essa mudança tende a
fazer com que as empresas que antes saiam de seus países e vinham ao Brasil em
função da mão de obra mais barata não o façam mais porque não necessitarão
disso e pior, as que aqui já estão provavelmente farão o caminho de volta a
seus países de origem.
A saída é
acompanharmos essa revolução, mas o que estamos passando politicamente não abre
tal horizonte, pelo contrário, o sucateamento da educação, da pesquisa, do
desenvolvimento das novas competências necessárias a 4ª revolução, não nos dão
esse alento.
Precisamos mudar essa
tendência e aqueles que podem devem buscar desde já os novos caminhos em suas
profissões, buscar novas maneiras de se transformar suor em tecnologia, dizemos
que quem trabalha não tem tempo para ganhar dinheiro, uma frase que possui
sabedoria e adaptabilidade a essa nova fase da economia mundial.
Buscar a evolução
pessoal na educação geral, na visão total das circunstâncias e não nas pequenas
cenas do cotidiano, ampliar horizontes pela visão dos olhos e principalmente na
visão tecnológica é o caminho. Precisamos reconhecer as habilidades existentes
em nós e desenvolver as novas que estão ligadas ao mundo da produção.
A realidade
brasileira não nos motiva em confiar que nosso país está no caminho seguro
dessa nova revolução, o que me resta aqui é incentivar cada um a sair da zona
de conforto e buscar seus próprios caminhos, se puder busque fora, busque seus sonhos,
mas não sem antes avaliar os caminhos que estão aos poucos perdendo a neblina
que normalmente o futuro nos impõe.
Seja um geólogo
lunar, um piloto de drone, um cientista da internet, um megaempresário do
E-Commerce, enfim viaje pelo mundo das oportunidades.
Boa Sorte.
Vitor Marques (Executivo de RH, Conselheiro de Carreira e Palestrante)
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