04/05/2018

A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E O FUTURO DE UM PROFISSIONAL



A convergência das tecnologias físicas, digitais e biológicas, assim será e vem tomando forma a quarta revolução industrial. A humanidade passou por outros momentos de avanço em que o que era feito passou a ser feito de outra forma, com outros meios e em muitos casos a mudança ocorrida transformou sobremaneira costumes, politicas, conceitos e a maneira de se viver.

Segundo Klaus Schwab, autor do livro A Quarta Revolução Industrial, publicado neste ano - "Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes".

A Engenharia genética terá papel fundamental nessa revolução pois seus “novos poderes”. Essa revolução afetará o mercado do trabalho, o futuro do trabalho e a desigualdade de renda, suas consequências impactarão a segurança geopolítica e o que é considerado ético nesse contexto.
Diferente das revoluções anteriores dessa vez não se trata de uma mudança de desenvolvimento tecnológico e sim uma mudança de paradigma.

"A quarta revolução industrial não é definida por um conjunto de tecnologias emergentes em si mesmas, mas a transição em direção a novos sistemas que foram construídos sobre a infraestrutura da revolução digital (anterior)", diz Schwab, diretor executivo do Fórum Econômico Mundial e um dos principais entusiastas da "revolução".

"Há três razões pelas quais as transformações atuais não representam uma extensão da terceira revolução industrial, mas a chegada de uma diferente: a velocidade, o alcance e o impacto nos sistemas. A velocidade dos avanços atuais não tem precedentes na história e está interferindo quase todas as indústrias de todos os países", diz o Fórum.

Bem, diante desse quadro geral quero avançar na questão dos profissionais dessa nova revolução, suas ansiedades e caminhos que chegarão à nossa frente com esse horizonte que se descortina.
Hoje não há uma família no mundo que não se pergunte: “O que vai acontecer ao emprego de meu filho, neto, com a entra da de tantos robôs no setor produtivo? Uma das respostas pode ser encontrada  na literatura das transformações, onde se encontra que nenhuma revolução destrói o que se cria, o que ocorre é a transformação da criação, muitas vezes e ao longo do tempo modificando drasticamente como esta foi criada, sendo assim penso que a grande maioria dos empregos e do trabalho passará por profundas transformações em razão das mudanças que ocorrerão, por exemplo, quem é médico hoje vai continuar médico daqui a 10 anos, 8 anos, mas o que ele faz e como faz será transformado.

Uma grande mudança estará nas profissões “do meio”, por exemplo a profissão de jornalista, muitas reportagens do futuro serão escritas sem a participação do jornalista, isso já é realidade. Há advogados que farão suas petições formatadas somente nas informações, haverão médicos que confiarão mais no diagnóstico robotizado e no big data do que na sua própria avaliação sintomática.
No Brasil, segundo pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) menos de 40% das empresas nacionais estão na quarta revolução industrial, mas há setores como o financeiro e no setor de serviços onde a velocidade de adequação é muito grande. No mundo lojas físicas fecham suas portas pois o E-commerce substituiu a necessidade disso.

Essa transformação traz um risco grande de que a desigualdade seja aumentada por essa revolução tecnológica e por consequência o emprego, mas é uma mudança sem volta, daí a necessidade de transformação, adaptação. A remuneração do capital nunca foi tão grande hoje quanto a remuneração do trabalho, o que leva a discriminação do trabalho em troca do capital.

Essa mudança tende a fazer com que as empresas que antes saiam de seus países e vinham ao Brasil em função da mão de obra mais barata não o façam mais porque não necessitarão disso e pior, as que aqui já estão provavelmente farão o caminho de volta a seus países de origem.
A saída é acompanharmos essa revolução, mas o que estamos passando politicamente não abre tal horizonte, pelo contrário, o sucateamento da educação, da pesquisa, do desenvolvimento das novas competências necessárias a 4ª revolução, não nos dão esse alento.

Precisamos mudar essa tendência e aqueles que podem devem buscar desde já os novos caminhos em suas profissões, buscar novas maneiras de se transformar suor em tecnologia, dizemos que quem trabalha não tem tempo para ganhar dinheiro, uma frase que possui sabedoria e adaptabilidade a essa nova fase da economia mundial.

Buscar a evolução pessoal na educação geral, na visão total das circunstâncias e não nas pequenas cenas do cotidiano, ampliar horizontes pela visão dos olhos e principalmente na visão tecnológica é o caminho. Precisamos reconhecer as habilidades existentes em nós e desenvolver as novas que estão ligadas ao mundo da produção.

A realidade brasileira não nos motiva em confiar que nosso país está no caminho seguro dessa nova revolução, o que me resta aqui é incentivar cada um a sair da zona de conforto e buscar seus próprios caminhos, se puder busque fora, busque seus sonhos, mas não sem antes avaliar os caminhos que estão aos poucos perdendo a neblina que normalmente o futuro nos impõe.

Seja um geólogo lunar, um piloto de drone, um cientista da internet, um megaempresário do E-Commerce, enfim viaje pelo mundo das oportunidades. 

Boa Sorte.

Vitor Marques (Executivo de RH, Conselheiro de Carreira e Palestrante)

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