Vivemos em um tempo em que a informação circula na velocidade de um clique. A cada minuto, milhões de conteúdos são publicados, compartilhados e comentados nas redes sociais e nos portais de notícia. Nesse fluxo constante, as más notícias se destacam: tragédias, crises econômicas, escândalos políticos, violência. O que antes se limitava ao noticiário da noite ou às páginas do jornal, agora está à distância de segundos — e pode ser revisitado a qualquer hora. Mas qual o impacto desse consumo incessante de notícias ruins sobre quem as lê?
A atração pelo negativo - Pesquisas em psicologia mostram que nosso cérebro possui um viés de negatividade: somos naturalmente mais sensíveis a informações negativas do que positivas. Essa característica, que tinha função adaptativa em tempos antigos (estar atento a perigos reais do ambiente), hoje é amplificada pela internet. O resultado é que manchetes dramáticas chamam mais a atenção, geram mais cliques e, consequentemente, circulam mais rápido do que boas notícias.
Ansiedade e sensação de impotência - Ler repetidamente sobre tragédias, violência ou crises cria um efeito cumulativo. Muitos leitores relatam aumento da ansiedade, medo generalizado e até sensação de impotência — como se o mundo estivesse fora de controle. Esse fenômeno já foi chamado de doomscrolling: o hábito de rolar a tela em busca de mais notícias ruins, mesmo sabendo do impacto negativo que isso provoca.
A distorção da realidade - Outro efeito é a percepção distorcida do mundo. Ao se expor majoritariamente a más notícias, cria-se a impressão de que tudo ao redor é hostil e perigoso, quando a realidade é muito mais complexa e multifacetada. Isso pode levar ao pessimismo, ao isolamento social e até ao ceticismo em relação a mudanças positivas.
Como
lidar com esse impacto:
Consumo consciente: estabelecer limites de tempo para acessar notícias.
- Fontes
equilibradas: buscar veículos
que também tragam boas práticas, avanços científicos e histórias
inspiradoras.
- Reflexão crítica: questionar não apenas o conteúdo, mas também o
porquê de ele estar sendo tão divulgado.
- Equilíbrio na
vida offline: investir em
atividades que tragam contato humano, lazer e bem-estar, para
contrabalançar o excesso de negatividade online.
As
notícias ruins têm o poder de informar, mas também de desgastar emocionalmente.
A internet amplia esse impacto, porque coloca o negativo em constante
evidência. Cabe a cada leitor, portanto, desenvolver uma postura mais crítica e
saudável diante do fluxo informacional, escolhendo não apenas o que consome,
mas também a frequência e a profundidade com que se expõe ao que lê. Afinal, se
não podemos controlar todas as más notícias que acontecem no mundo, podemos ao
menos controlar a forma como deixamos que elas nos influenciem.
As boas notícias
Selecionar
apenas notícias boas na internet pode melhorar a vida em vários aspectos,
mas também tem nuances importantes.
Como focar em boas notícias ajuda:
- Reduz ansiedade e
estresse → a exposição contínua
a tragédias e escândalos aumenta a sensação de medo e impotência; já
conteúdos positivos geram calma e esperança.
- Melhora o humor → boas notícias ativam emoções como alegria,
gratidão e otimismo, que influenciam diretamente o bem-estar diário.
- Aumenta a
motivação → histórias
inspiradoras de superação, inovação ou solidariedade podem estimular ações
mais positivas na própria vida.
- Equilibra a
percepção de mundo → mesmo em
meio a crises, também existem avanços, conquistas científicas e gestos de
bondade. Enxergar esse lado ajuda a não ver a realidade apenas sob lentes
negativas.
Mas
há um ponto de atenção !
Ignorar
completamente más notícias pode gerar desinformação. Muitas vezes, estar
a par de fatos difíceis é necessário para compreender o mundo, tomar decisões
conscientes e até se proteger.
O caminho do meio - O ideal não é viver numa “bolha de positividade”, mas sim equilibrar:
- Ter contato com
informações negativas relevantes (para estar informado e preparado).
- Escolher também fontes
que valorizem notícias construtivas.
- Estabelecer limites
de tempo para não mergulhar em excesso no noticiário.
Em resumo: sim, selecionar mais boas notícias melhora a vida, pois alimenta emoções positivas e reduz o desgaste mental. Mas o segredo está no equilíbrio: informar-se sem se afogar na negatividade.
Até breve!
Diretor de RH, Consultor, Palestrante, Escritor e Jornalista - Acadêmico da ACASALE
Contato: vitormarquesy@gmail.com - (19) 99265-6224 (WathsApp)
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