Uma máxima discutida aos quatro cantos do Brasil atualmente,
a Terceirização como solução ou não para os problemas do desemprego, porém aqui
não vou discutir os meandros políticos dessa ação de liberar a terceirização
irrestrita, ainda mais se associada à flexibilização total das relações
trabalhistas entre empregados e empregadores, um clima que pode ser o prenúncio
de balburdia social vindoura, um anúncio de que daqui a alguns anos estejamos
num emaranhado de serviçais profissionalmente enlaçados no turbilhão ” Do manda
quem pode e obedece quem tem juízo”. Hoje quero falar do meu país que colocou
nas Pessoas uma atitude que terceirizar é resolver tudo e de qualquer forma,
vejamos:
Quem de vocês, dia após dia, não vai a uma loja, um serviço
público, a uma mercearia ou ao supermercado, onde quer que seja, um local onde
deveria ser atendido como “rei”, afinal no marketing se trata clientes como “sua
majestade o cliente”, mas ao contrário, você é quase expulso desses locais, é
subjugado quando o local onde deveria dar a você o melhor dos atendimentos faz
com que pelo poder do ter o que você deseja,
o humilha perante seus direitos, pelas condições de querer impor a condição
dele e não as que você tem.
Sabe por que isso acontece? O atendimento das Pessoas nesse
país está TERCEIRIZADO, está imposto goela abaixo pelas Pessoas que o atendem, A
prestação de serviços está condenada por pessoas que terceirizam sua
responsabilidade aos outros pois que acham que é melhor o outro fazer do que ela
mesmo; está terceirizado nos ditos “procedimentos” que não podem ser quebrados;
está terceirizado na expressão “isso não é comigo, é com fulano ou beltrano, ou
é no outro setor”; está terceirizado na acomodação de transferir para o próximo
a responsabilidade de assumir seus próprios os erros. Ah! Os acertos todos
querem que sejam reconhecidos, mas seus erros e obrigações são terceirizados.
Está terceirizado na ignorância de condicionar uma ida ao
banheiro do cliente a ter que consumir algo no estabelecimento; está
terceirizado na falta de preocupação humana com o outro, pois canso de ver que ao invés de oferecer um copo de água ao
cliente, o atendente informa que a lanchonete fica próxima; está terceirizada
na falta de educação proposital que o país impôs ao cidadão, para ser burro o
suficiente para não exigir seus direitos minímos.
Enfim, há muito tempo que o país vem terceirizando suas
responsabilidades, transferindo-as e retransferindo suas tarefas sociais, das
mais básicas as mais necessárias, terceirizando ao vento e ao léo,
inconsequentemente. Tarefas mínimas do bom atendimento, de respeito ao direito
do outro no dia a dia, ano a não, século a século. As atitudes da terceirização
que falo se transformaram no imbróglio que hoje somos herdeiros.
Hoje, terceirizar atividades profissionais como vem sendo
discutido, nada mais é do que aperfeiçoar a eterna terceirização que meu país
vem tendo ao longo dos séculos de sua existência, mais um risco Brasil.
Terceirizar é transferir a outro a sua responsabilidade,
porém a quem interessa essa transferência, penso que aqueles que querem
continuar em seu trono sendo servido pelos serviçais de plantão (O Povo), penso
que aqueles que querem no conforto de suas poltronas continuar a acender um
charuto dito como da Paz, porém falsa, de aparência porque o Povo continua lutando
e morrendo nos campos de batalha da vida, um país tão rico e tão pobre, um país
tão maravilhoso e tão perigoso, talvez os que mandam estejam esquecendo que a
história cobra um preço alto pelo desprezo e pela corrupção, nem digo pela
corrupção do dinheiro mas sim pela corrupção das Pessoas
Até a próxima semana! Terceirizada ou não.
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