06/12/2017

PLUNCT PLACT ZUM – NÃO VAI A LUGAR NENHUM!

A música de Raul Seixas chamada de “Carimbador Maluco” chama a atenção  não só por sua melodia mas também pela utopia de sua letra configurada no atual momento em que o Brasil passa e o horizonte que se descortina à frente.

Começando pela pergunta: Onde vocês pensam que vão? Cabe reflexão pois não percebo que nosso povo tenha a menor noção do que querem, do que precisam e pior do que acontecerá. Não falo do futuro distante, mas sim do que possa acontecer hoje mesmo, amanhã ou nessa semana. São tantas notícias do descaso, do desrespeito com tudo e todos que não se pode configurar esperanças numa reformulação a curto ou até médio prazo, não sabemos o que ocorrerá pelo caminho, o que restará após esse avassalador tsunami de falta de ética, humanismo e amor humano.

No seguimento da letra da música vem as expressões: “Tem que ser selado, registrado, Carimbado, Avaliado, Rotulado se quiser voar! Se quiser voar”. Tudo nesse país é difícil, a burocracia é impeditiva das ações necessárias para corrigir nossos rumos. A Justiça é contraditória, escrachante e tendenciosa. Não conseguimos nem correr para tomar impulso, muito menos decolar para nos permitir realizar sonhos.

A canção continua assim: “Pra Lua: a taxa é alta / Pro Sol: identidade”. Triste realidade de que tudo nos custa caro, não só o dinheiro, mas o sacrifício do povo. Saúde ao vento, Educação enfiada num baú trancafiado e disponível para poucos, A cultura tendenciosa e direcionada as castas escolhidas. A taxa para viver no Brasil é realmente altíssima, por isso a debandada para outros países está ocorrendo, e são poucos que podem fazer isso. A luz que temos disponível para ir em frente é tão tênue que lhe falta identidade, falta visão para enxergarmos o caminho a seguir, estamos sem “Lenço e Documento” parafraseando Roberto Carlos.

Não é de um carimbador maluco que falo, mas sim de um povo que grita, que replica sua necessidade de sobreviver aos corruptos, aos mercenários da morte, a morte dos vivos que  todos os dias são enterrados, aquelas mortes que não são contabilizadas formalmente, decorrentes do roubo desses malfeitores.

Você já parou para pensar que por falta de recursos (roubados) quantos brasileiros morreram ou irão morrer, quantas crianças tem condenado seu futuro a apenas uma vida de sobrevivência, quanto de nossa capacidade de superação está sendo esmagada pela falta de oportunidades, quantos de nós somente seremos números / estatísticas e não Pessoas livres e plenas.

Se pudesse diagnosticar em uma palavra meu sentimento e talvez o de você meu caro leitor poderia ser essa palavra: “MERDA”, pois sento o cheiro da vergonha, o aspecto do regurgito, a contaminação do ar que respiro e o pior: a falta da educação dos políticos e de muitos empresários ao defecar todos os dias em nossas cabeças. Desculpem-me pela palavra pesada, creio que só assim posso dar peso a esse sentimento de revolta, de rebeldia.

Não me venham com favoritismos ou advogatices de um ou outro partido, de um ou outro empresário; a maioria quase que absoluta são sim “merdas”, e todos numa mesma latrina, entulhos do mesmo aterro. A limpeza é necessária desde o interior de nosso ventre, devemos expulsar nossos maiores medos e recomeçar, pois, a letra da música de Raul termina assim:

“Mas ora, vejam só, já estou gostando de vocês / Aventura como essa eu nunca experimentei! / O que eu queria mesmo era ir com vocês / Mas já que eu não posso / Boa viagem, até outra vez”.

Eu faço dessa expressão uma tradução expressiva da Esperança. Eu amo meu povo, meu país, dele não desistirei jamais, nele confio e tenho esperança da retomada, mas consciente depois de tudo isso. Não sei quanto tempo teremos para recuperar e qual a profundidade do poço onde estamos, essa aventura perigosa que estamos vivendo ainda é incerta, esquisita e provocante, mesmo que eu não possa acompanhar tudo o que irá ocorrer nos próximos capítulos quero desejar aos passageiros dessa viagem, aos cobradores e motoristas dessa aventura uma Boa Viagem, que nos levem ao melhor que podemos Ser, a um país alegre, viril, emocionante, contagiante e celeiro da esperança e realidade de humanidade e liberdade.

Sou Brasileiro, não posso desistir, quero cantar essa música no futuro com uma novo toque, tipo “Plunct Plact Zum – Nosso amor pelo Brasil merece ZUM!”.

Vitor Marques - Executivo de RH, Coache e Palestrante


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