06/10/2022

A CERTEZA DE QUE NÃO TEMOS CERTEZA!

Caros leitores, muita coisa tem mudado em cada tempo, em cada época e sabemos que muito vai se mudar, o mundo já não é e não será o mesmo.

Vejamos, o que me chama a atenção atualmente e já há algum tempo é o uso contumaz de duas expressões, quer seja pela quantidade de vezes utilizada, seja verbalmente ou ortografia, quer seja pelos principais meios de comunicação, quer seja pelas pessoas comuns em suas conversas cotidianas. As expressões ‘com certeza’ e ‘até porque’. Não é preciso muito trabalho para percebermos como elas são usadas e como fazem parte do âmago humano atualmente.


Mas quero me concentrar na palavra complexa “certeza”. A afirmativa dessa palavra tenta impor uma verdade absoluta, inquestionável, talvez usá-la tão frequentemente seja a tentativa das pessoas em impor suas ideias e/ou verdades sem deixar ao outro caminho de questionamento ou dúvida. Vã tentativa, o Ser Humano nasceu para questionar a si e aos outros a todo momento, faz parte do instinto de sobrevivência.

Em tempos de eleição, pesquisas eleitorais tentavam impor a certeza de que um ou outros candidatos estava eleito de forma definitiva num primeiro turno, davam certeza disso, mesmo com a tal margem de erro. Vã filosofia, essas pesquisas erraram em quase sua totalidade de “certezas”. Oppenheimer escreveu: "Temos hoje a dolorosa certeza, de que o poder de modificação, nem sempre, conduz ao bem, necessariamente".

As certezas humanas ao longo da história sempre foram alteradas, transformada. N~]ao se pode ter certeza do que ainda não ocorreu, a certeza do futuro é efêmera, não existe, não é certeza é sim suposição de verdade.

As pesquisas eleitorais tentam impor a cidadãos certezas impossíveis, não existe a previsão de uma certeza que depende de tantas variáveis, especialmente a ação direta de milhões de pessoas. Pessoas são voláteis, volúveis, inconstantes, sujeitas a temperatura e passagem do tempo. São as famosas “caixinhas de surpresa”, aliás essa palavra foi utilizada pelos institutos de pesquisa após a eleição do primeiro turno para comentar seus erros, aliás surpresa rima com certeza, só isso. Nada foi surpresa, o que ocorreu foi a simples constatação de que escolhas humanas são voláteis e a palavra muitas vezes não significa uma atitude correlata.

Eleitores falavam que iam votar nesse candidato, mas de fato votaram em outro. O lapso temporal diante de uma urna eletrônica modificou as “certezas” porque elas eram apenas conjecturas e não as ditas certezas.

São tantas as incertezas que têm cercado nosso dia-a-dia, que não estranha que se use com tanta ênfase o ‘com certeza’. Isso nos dá uma certa compensação, uma ilusão de que estamos mesmo no comando de nosso destino, por mais que na verdade estejamos mesmo é sujeito a toda sorte de desventuras do pensamento e da influência do ambiente em nossas vidas.

Alerta? As pesquisas eleitorais ou de tendencias desse tipo são instrumentos de convencimento sem que “elas” sejam a verdade dos fatos. A opinião é mutável e intransigente. Certo que o Ser Humano busca comparar suas opiniões com algo de concreto, essas pesquisas tentam impor uma verdade coletiva que não existe, ou que pelo menos não é um fato.

Apenas uma CERTEZA tenho, ela é a CERTEZA de que NÃO TENHO CERTEZA, as minhas decisões são baseadas em momentos de lucides pessoal e não imposta, não adianta mostrar suas certezas pois elas podem e normalmente serão por mim questionadas e provavelmente repudiadas.

A única certeza que é bem-vinda é a certeza da transparência, da ética, de viver em função de bons costumes e boas maneiras. Não acredito em verdades impostas, apenas acredito em verdades vividas intensamente.


Saibam que a ciência é um armário de certezas que mudam todos os dias, as certezas de ontem não são necessariamente as verdades de hoje e muito menos as verdades do futuro. Pense, repense e faça a sua própria certeza, baseie-se nas suas verdades, na sua ética, nos seus desejos de amor a família e ao próximo

Quão belo é a certeza do amor, sabemos que ele existe sem o ver, sabemos o que ele faz sem o sentir, sabemos que ele transforma sem perceber a transformação, sabemos que ele está dentro de nós sem sentirmos seu peso, apenas temos certeza do amor.

Hoje, passado o primeiro turno da eleição brasileira, tenho apenas uma certeza, que Deus nos dará a chance de repensar e escolher o melhor dos caminhos aos brasileiros todos e não somente de alguns, pobres encantados pelo poder vazio de suas certezas.

Até a próxima semana!

Vitor M S Marques

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