Os imigrantes de cada canto do
planeta buscam sair de suas fronteiras de origem em busca de algo melhor, de
melhores condições de vida e até mesmo da básica sobrevivência. São caçadores
de novos rumos, de novos horizontes, de novas vertentes. Há muitos assim, você
já os conheceu e sabe onde habitam. Você pode ou poderá em algum momento ser um
deles.
Pois bem, essas buscas dos
imigrantes caçadores podem estar sendo revistas dentro de cada um deles nesse
momento, a simplicidade do viver está sendo redescoberta, retrabalhada, um
pequenino Ser é o responsável por isso, deu a você e a mim tempo para pensar e
repensar, está impondo a revisão dos valores da vida e atribuindo a maneiras
simples de respostas para problemas que achávamos até então complexos,
percebemos que viver os maiores valores vitais que um Ser Humano pode ter não é
Ter e sim Ser.
Lembra-se das neuras que até a
poucos dias muito tinham?
- O melhor carro; a melhor casa;
a melhor motocicleta; a maior quantidade de coisas acumuladas; a melhor roupa, perfume
e sapato; sempre o melhor e mais, mais, mais – quantidade muitas vezes foi
sinal de qualidade, de satisfação – fútil é verdade, afinal quantidade também
era um fator de destaque pessoal, de auto afirmação.
– Hoje nos questionamos, será que
tudo isso na volumetria das coisas importa e é necessário para viver bem? A
liberdade do ir e vir foi comprometida, não por imposições políticas, mas sim
pela imposição natural, afinal a tal liberdade cerceada é pela sua e nossa
saúde, isolamento se tornou determinante para a não contaminação COVID-19 e por
consequência a sua sobrevivência.
Escrevo esse artigo aqui na minha
casa, no meu pequeno escritório, mas minhas ideias viajam pelo mundo todo com a
velocidade da luz, mas nada adianta isso, não posso sair de casa – não podemos
nos arriscar a mim e a você, mesmo eu no Brasil e você onde quer que esteja.
Uma sardinha ao pé da lareira, um
copo de vinho refletindo calor e luz do olhar de viagens loucas do pensamento,
uma passadela pela internet, um sorriso para dentro, uma voz sufocada pelo
pensamento – isso é resumo desses dias de reclusão, exílio psicológico. Há
muitos que estão com poucos em suas casas, passando pelo que dizem ser um
martírio de reclusão. Talvez você não seja um desses, talvez cada momento seja
uma alegria do esperar pelo renascer de coisas simples como telefonar a alguém
e dizer simplesmente eu te amo, de escrever um poema e compartilhar com o
planeta, de preparar uma festa para aquelas pessoas da família, de ver nos
olhos dos mais velhos uma nova estória, não de terror mas sim de esperança,
afinal somos Seres Humanos redescobertos, como diamantes escondidos no subsolo
e que aguarda a lapidação da liberdade para ser joia rara, impagáveis pelos
padrões da economia mas totalmente acessíveis pelos padrões do Amor.
Nosso maior tesouro é você, eu,
nós – não são coisas – são sentimentos que somente os mais hábeis arqueólogos
souberam resgatar, mesmo que a eles chamemos de Virus, um COVIDINHO
DEZENOVE...quase VINTE.
Felizes dias novos, feliz
liberdade, feliz novo Ser.
Até o próximo mês, diretamente
aqui do Brasil, na quarentena do corpo e na liberdade do coração.
Vitor Marques
Executivo de RH, Conselheiro de
Carreira e Palestrante
Campinas – São Paulo – Brasil abril/2020
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